terça-feira, 20 de maio de 2008

Educação Cubana - Vale apena ler tudo

A Revolução na sala de aula
Ponto chave da Batalha de Idéias proposta por Fidel Castro, a educação é um dos pilares de sustentação da Revolução em Cuba, país que se dá ao luxo de declarar-se território livre de analfabetismo há 45 anos
Autor:
Naira Hofmeister,de Havana, Cuba



Em 22 de dezembro de 1961, diante de milhares de pessoas que lotavam a Praça da Revolução, em Havana, Fidel Castro agradeceu aos 282334 voluntários cubanos responsáveis pela redução do analfabetismo na ilha a quase zero. Em um ano e dois meses, a Campanha Nacional de Alfabetização fez o índice cair de 23,6% para 3,9%, o que levou o governo da Ilha a declarar Cuba um território livre do analfabetismo. Sem educação não há revolução nem socialismo possível, alegou Fidel na ocasião. Mais agradecidos ficaram os 707212 cidadãos que, ao final desse período, aprenderam a ler e a escrever.
Passados 45 anos, os índices cubanos mostram que, ao menos no campo da Educação, a Batalha de Idéias continua vitoriosa. Em 1981, os analfabetos em Cuba somavam 1,9% e, no início dos anos 2000, o governo local garantia que 98% das crianças freqüentavam regularmente a escola - gratuita e obrigatória até que se complete o ensino secundário, de nove anos. Um outdoor fixado numa das estradas que levam à capital escancara esse orgulho e é, certamente, objeto de inveja para visitantes: Anualmente 100 milhões de crianças no mundo precisam trabalhar para viver. Nenhuma delas é cubana. Um idealGratuito para todos os níveis desde o pré-escolar até cursos de pós-graduação -, o sistema educacional em Cuba tem seu primeiro degrau nos chamados Círculos Infantis. Esses centros abrigam as crianças com idade entre 1 e 6 anos, que têm ali o primeiro contato com a Educação formal.
Quando chega à escola, a criança deve ter recebido, além dos elementos emocionais de educação, conhecimentos preparatórios para o primeiro ano como cores, figuras geométricas e relações espaciais. O pré-escolar traz ainda conhecimento de algumas letras, explica a vice-diretora de uma escola primária em Havana, Olidia Diaz Raveiro.
Alguns entram na primeira série já sabendo ler, ainda que não saibam desenhar os traçados das letras. No ensino primário, aprendem elementos como numeração e todas as letras e terminam o ano lendo e escrevendo corretamente.
Na escola de Olidia, no bairro de Centro Havana, estudam 236 crianças entre a 1ª e a 6ª série, atendidas por 22 professores. A média de 10 alunos para cada mestre é outro número que os cubanos fazem questão de exaltar. O país conta com 250 mil professores espalhados por todos os cantos da ilha, o que lhe confere a menor densidade em sala de aula da América Latina, mais Estados Unidos.
Aqui, por mais distante que seja o lugar, há ali um mestre. Podem ser escolinhas de madeira nas montanhas, mas todas têm computadores e televisão. Nos locais onde não há corrente elétrica, painéis solares geram energia, afirma a professora Olidia, que trabalhou na escola da minúscula San Cristóbal (província de Pinar del Rio), onde costumam estudar não mais que três a quatro alunos.
Se parece um exagero, o que dizer das 164 escolas em todo o território cubano que funcionam única e exclusivamente para atender a um só aluno? O lema é: se há uma criança por perto, obrigatoriamente haverá uma escola. Espanhol, geografia e política Na escola de Olidia, a abertura dos portões acontece às seis da manhã. O expediente termina só depois que o último aluno sai, não importa a hora. Geralmente os pais vêm buscar entre 17h e 19h, mas sempre há alguns que têm problemas no trabalho, entende a professora.
Como a atividade docente começa às 7h50 e termina às 16h30, os professores fazem uma escala semanal para ajudar os assistentes educativos na recreação. Nessa escola de Havana, são três responsáveis pelos horários extra-classe, encarregadas da entrega dessas crianças aos pais. Enquanto não chegam, os filhos ficam brincando e fazendo atividades. Fazendo atividades significa, entre uma brincadeira de pega-pega ou um jogo de beisebol, por exemplo, disputar uma partida de xadrez ou a ler a biografia de um líder político importante, como Che Guevara ou Jose Martí, cujos bustos enfeitam a fachada do prédio.
O conhecimento político é, em Cuba, uma disciplina tão importante como Matemática ou Espanhol. Todos os dias os alunos do país inteiro repetem o mesmo ritual quando chegam à escola. O Matutino como é chamado o período de dez minutos que antecede as classes tradicionais inicia às 7h50 em ponto, com todos reunidos no pátio, em fila. Quatro ou cinco monitores alunos mais destacados de cada série percorrem as filas para verificar as presenças. A chamada não é feita individualmente, mas por turma: um ranking premia as classes com maior numero de freqüências.
Em seguida, um anúncio evidencia o regime socialista da ilha e a exaltação constante à pátria: Coletivo da escola primaria, atenção para a nossa bandeira. Um pequeno grupo marcha com o estandarte nas mãos enquanto o resto dos alunos permanece em posição de sentido e silêncio absoluto. O hasteamento acontece ao som do Hino Nacional de Cuba. Na primeira nota todos postam as mãos na cabeça numa típica saudação militar e cantam os versos com furor. Duas professoras são advertidas pelos próprios alunos por estarem conversando durante a execução de La Bayamesa homenagem à cidade de Bayamo, marco da primeira vitória das tropas mayombes que lutaram pela independência na Guerra dos Dez Anos (1868 1878).
Semanalmente, as turmas se revezam na condução da leitura e na discussão das efemérides. É uma via de caráter informativo, onde se trabalha o acontecido. O nascimento de algum mártir, alguma figura importante ou os destaques do noticiário, por exemplo. Podem compor a pauta a criação de um partido único na Venezuela, uma nova fábrica de canos nas proximidades de Havana ou os resultados da liga nacional de beisebol. O que se quer é que as próprias crianças desenvolvam as temáticas, não os professores. Assim vemos seu protagonismo, seu desempenho como cidadãos, explica Olídia.
Uma vez dentro da sala de aula, os alunos ainda têm mais dez minutos da disciplina de Informação Política, também abordando temas relevantes no cenário mundial e local. MatemáticaÀs 8h começam as aulas das demais disciplinas, com duração de 45 minutos, até às 12h40, quando as crianças seguem para o refeitório. O almoço (em geral, arroz, feijão, carne e salada) é fornecido pelo governo. Entre 13h30 e 14h30, há um novo período de recreação e depois, até às 16h30, aula novamente. Para as crianças em fase de alfabetização, depois do almoço é hora de dormir.
Assim como nas Escolas Rurais, o trabalho também é incentivado na área urbana. As crianças se revezam no preparo dos alimentos, assistidos por funcionários do governo e na limpeza do refeitório, após o almoço. Uns retiram os pratos, outros limpam as mesas e os terceiros, lavam a louça.
O ano letivo em Cuba vai de setembro a julho, quando todos tiram férias de um mês. No resto do tempo, a sistemática é de uma semana de descanso para cada quatro de trabalho. Assim o curso se divide em quatro períodos, com três semanas de recesso mais as férias em julho, anota a diretora Olga Posada Fuentes.
Além da educação tradicional e do Matutino, os alunos cubanos assistem a teleclasses (aulas em vídeo complementares ao conteúdo presencial) e das atividades realizadas nos computadores, que abrangem todas as disciplinas.
A presença de especialistas em Educação Física e Computação nas escolas abre precedente para a única queixa da vice-diretora. Uma coisa que ajudaria seria contar também com músicos e artistas plásticos. Ainda que tenhamos instrutores de arte que supervisionam o conteúdo, o trabalho na aula é feito pelos professores das turmas.
Segundo Olga Posada Fuentes, a aprovação é quase total, em todos os anos, graças às aulas de apoio que os próprios professores ministram aos alunos que apresentam alguma dificuldade. Pais e mestres A cerimônia diária de hasteamento da bandeira é espiada pelos pais, por trás dos muros da escola. Mas a relação família-escola se fortalece nas reuniões mensais entre pais e professores. O encontro não serve tanto para abordar o comportamento das crianças em sala de aula, mas para saber de que maneira a família está interferindo na educação dos pequenos. Nos últimos encontros, por exemplo, tratou-se do tema pontualidade, algo que, se negligenciado, atrapalha a rotina escolar.
O conteúdo programático das escolas cubanas está determinado no chamado Livro Reitor, que norteia a Educação na ilha. É um programa ministerial: para todas as escolas do país, o ensino é o mesmo. Além de objetivos a serem atingidos por série, o Livro contém orientações metodológicas, não obrigatórias. Cada mestre tem sua própria maneira de ensinar, que depende da sua experiência em sala de aula, afirma Olga.
Ainda que na escola de Olidia existam professores com mais de 20 anos em sala de aula, também é função da vice-diretora monitorar as práticas didáticas que estão utilizando. Para saber como vai o processo de ensino e aprendizagem, Olidia percorre diariamente as classes, observa o comportamento de alunos e mestres. Além disso, acompanha o desempenho escolar dos estudantes, conversa com os pais e realiza reuniões com os professores. Também prepara aulas de metodologia, ministradas à noite na própria escola e freqüentadas por todo o corpo docente. A luta continua Encarnando o ideal Martiniano de que ser culto é o único modo de ser livre, Cuba persegue a meta de ter 100% de sua população alfabetizada. Desde 1961, quando começou a Campanha de Alfabetização, o governo se dedica especialmente a manter as taxas de escolaridade cada vez mais próximas do ideal. Para isso, em 2006, por exemplo, 19,4% do PIB foram investidos na área da Educação.
Outro projeto que completou cinco anos de atividades é a formação de Maestros Emergentes. Não satisfeito com a formação acadêmica tradicional de professores e com intuito de levar escolas a pontos cada vez mais distantes, Fidel criou grupos de estudo onde se formam docentes em menos de um ano. Qualquer pessoa que tenha segundo grau completo pode desempenhar a função.
O interessado começa a freqüentar cursos teóricos que incluem disciplinas tradicionais como Espanhol, Matemática, Historia e Geografia. Também são apresentados à metodologia de ensino e, aproximadamente em um ano, os novos docentes já estão aptos a ministrar classes. Essa fase culmina na própria escola, onde são preparados para a sala de aula. Mesmo depois que já estão inseridos no cotidiano escolar, seguem nessa atividade teórica e metodológica, para se desenvolverem ainda mais, destaca Olidia.
Olga Puentes faz questão de sublinhar a importância dessa colaboração. Na escola que dirige, dos 15 professores excluindo os especialistas três são emergentes. Mas há algumas escolas onde quase todos são dessa categoria. Nas secundárias, lembra a mestra que acumula 30 anos de experiência, a maioria tem licenciatura. Segundo a diretora, não existe discriminação entre os licenciados e os emergentes, além da evidente diferença de experiência. Esses três que tenho aqui são muito bons.
A política de formar professores emergenciais foi criada por necessidade, já que, na visão do governo cubano, o número de licenciados não alcançava a demanda. Para reverter o quadro, as escolas estão trabalhando com os próprios alunos, para que se interessem por carreiras pedagógicas. Além de um sistema parecido com o magistério brasileiro, onde estudantes do 12º ano podem optar pela licenciatura, os pequenos também são estimulados a descobrir essa vocação.
Já a partir da 4ª série, os professores estimulam na garotada o gosto pelo ensino. Em cada grau são eleitos monitores, os mais destacados em cada disciplina e a eles cabe responsabilidades como revisar tarefas e auxiliar os colegas na compreensão de algum tema. Uma vez ao mês, eles têm a oportunidade de ministrar uma aula previamente planejada com o mestre, conta Olidia. Nas séries iniciais a atividade não é obrigatória, mas se há interesse por parte do aluno, desenvolvem atividades semelhantes. O magistério é minha vida Sentada tranqüilamente em uma carteira ao lado do portão da escola, Sila Corona Torres cumprimenta cada aluno que chega. Atualmente está aposentada, depois de 38 anos de sala de aula. A paixão pela escola, no entanto, a fez procurar a administração, que lhe concedeu o cargo de recepcionista, para não se afastar das crianças.
Os dentes faltando indicam que a idade já avançou para a senhora, nascida em 1944, mas o tempo transcorrido não apaga de sua memória aquele ano. Em 1961, Sila Corona Torres freqüentava a escola secundaria e tinha 17 anos de idade. Não fazia parte de nenhum movimento revolucionário até então, mas conta que quando ouviu o chamado de Fidel Castro para a Campanha Nacional de Alfabetização, a vocação para a docência se despertou. Acompanhe seu depoimento:
O governo anterior não se preocupava com isso, havia muito analfabetismo, as pessoas não sabiam ler nem escrever. E graças ao Triunfo da Revolução, começamos essa campanha. A partir da chamada de Fidel Castro, muitos alfabetizadores se mobilizaram e entre eles, eu. Eu estava estudando secundário e quando veio o chamamento, me incorporei à campanha. Houve também muitos companheiros que ainda eram alunos, gente que tinha 14, 15 anos. Muitos foram às montanhas, e os que não puderam, ficaram nos seus povoados mesmo. Porque na cidade também tinha problema de analfabetismo. Eu trabalhei com dois companheiros de um povoado chamado El Caino, no município de Havana. Marieta Pinhal, era uma mulher de 40 e poucos anos que aprendeu muito bem e Alfredo Goncalves, que tinha uns 60. Em menos de um ano, estavam alfabetizados. Eu os ensinei.
Ministrava minhas aulas nas suas casas, e vivia aqui na cidade. Porque não pude ir ao campo, por problema de saúde. Continuo vendo eles, todos os anos. O companheiro já faleceu, porque tinha 62 anos na época. Mas a companheira vive ali em Carlos III (Avenida de Centro Havana).
Conheci muita gente que foi para o campo, para a Sierra Maestra, que levaram a cabo a campanha se movendo pelas montanhas. Esses companheiros viviam na casa dos campesinos, repartiam a pouca comida que havia e dormiam em colchões no chão. Eram casinhas muito pobres e as aulas eram ministradas ali mesmo, no seio da família.
As boas lembranças são dos avanços comemorados pelos campesinos, quando já eram capazes de identificar algumas letras. Depois, as algumas palavras soltas, seus nomes. Por fim, já eram capazes de compor pequenas frases, saudações, recorda.
Senti-me muito orgulhosa depois que vi que estavam lendo e escrevendo, quando antes não sabiam nada. Esse foi o momento mais marcante. Isso foi o que me incentivou, continuei a estudar e me tornei professora, para ensinar também as crianças. Passei muito tempo dando aulas em uma escola primária durante o dia, e, pela noite, dava aulas aos campesinos que já sabiam ler e escrever algo. Quando recebi minha medalha me senti muito orgulhosa. A cerimônia foi lindíssima, num lugar muito bonito, as escadarias do Teatro Nacional de Havana, em 22 de dezembro de 61. Sinto me orgulhosa, por mim e por meus filhos, que são dois e vivem felizes por sua mãe.
Por outro lado, Sila fala das negras marcas deixadas pela perseguição aos alfabetizadores. Em um ano, muitos morreram, depois de brutalmente torturados.
Houve problemas porque havia muitos contra-revolucionários. No primeiro caso que me lembro, foram a casa de um campesino onde havia um alfabetizador, e mataram aos campesinos e ao jovem alfabetizador. Queriam interferir na campanha, mas não puderam porque todos os cubanos defenderam essa Revolução e estamos defendemos até hoje. Porque aqui em Cuba, nunca um campesino havia vivido como vive agora, eram muito mais pobres, muito mais necessitados¨.
A primeira batalha vencida, Sila segue na luta pela Educação. Acredita que hoje, os meios de aprendizagem são mais modernos, o que facilita a assimilação dos conteúdos. O próprio desenvolvimento da escolaridade contribui para a alfabetização no século XXI e para a formação cidadã.
Agora é distinto, antes a gente era analfabeta, não sabia nada. Quem sabe ler e escrever entende melhor tudo, se dá conta dos males da sociedade, sabe como ir adiante, resume. A escola de Che O professor Miguel de La Rosa Perez tem 48 anos de idade e há 29 vive no povoado de Manaca Ranzola, no município de Fomento, província de Sancti Spiritus. No pátio de sua casa exibe um privilégio raro entre os cubanos: a estátua em tamanho natural do argentino Che Guevara, doada por mexicanos. No mesmo lugar onde Miguel vive hoje com sua esposa, em 1958, Che instalou seu posto de comando, de onde emitiu as ordens que resultaram na rendição definitiva das tropas do ditador Fulgêncio Batista, na célebre batalha de Santa Clara a cerca de 40 km.
O casebre de alvenaria tem paredes brancas, janelas e portas em tom azul escuro. Um amplo jardim recebe os eventuais visitantes levados ao local pela curiosa homenagem a Che. Quase ninguém freqüenta aquelas ruelas de chão batido, com exceção dos 11 alunos de Miguel. No marco da porta principal da casa, pode-se ler Escuela Primaria Rural Silverio Blanco.
Auxiliado por uma jovem professora, que está concluindo o curso de docência, Miguel leciona para quatro turmas. Na 1ª série, apenas um aluno; quatro na 2ª, seis na 3ª e outros dois na 4ª. São duas salas de aula equipadas com televisão e videocassete e ainda três computadores, nos quais se fazem lições repassadas semanalmente por um técnico em informática que se desloca até o povoado. O mesmo acontece com as professoras de Educação Física e de Arte, por dois períodos semanais.
Na Escuela Silvério Blanco não há refeitório. Três dos 11 alunos sentam-se à mesa do mestre e comem a refeição preparada por sua esposa, que também é auxiliar de serviços gerais do local. Os demais alunos vão até suas casas para almoçar e retornam em seguida para o turno inverso, quando trocam os cadernos e lápis por ferramentas de jardinagem. A horta fornece legumes para o almoço e frutas para o lanche das crianças. A idéia de conhecimento aliado ao trabalho surgiu em 1966, com a criação das Escolas Rurais, onde os alunos dividem seu tempo entre os estudos e a agricultura.
Dados da Educação em Cuba
População total 11.245.000 Entre 0 e 14 anos: 2.024.100 (18%) Entre 15 e 64 anos: 7.871.000 (70%) Mais de 65 anos: 1.124.000 (10%) População em idade escolar 845.922 Educação Infantil 100% matriculados Ensino Fundamental 95% de meninas e 97% de meninos matriculados Ensino Médio 87% de meninas e 86% de meninos matriculados Total de escolas Públicas 9029 primárias (6 a 11 anos) 1005 secundárias (12 a 14 anos) Privadas Não existem Total de professores 90.867 em primárias 250 mil pedagogos Alunos por sala de aula 10 (Unesco) 20 (Ministério da Educação) Concluintes do Ensino Fundamental na idade correta 99% Taxa de reprovação 0,1% Taxa de evasão 0 Índice de analfabetismo Jovens: 0 Adultos: 0,2% Jornada diária 99,1% das crianças tem aulas em dois turnos (oito horas diárias). Nas escolas do campo, um dos turnos é destinado à tarefas da agricultura. Formação dos professores Cursos de licenciatura estão espalhados em todas as universidades do país. Há também os chamados Maestros Emergentes, categoria de estudantes egressos do ensino médio que realizam preparação intensiva em seis meses para lecionar. Nesse caso, os professores seguem recebendo lições dos mais experientes durante cerca de um ano. Na Educação Infantil, 16.619 são emergentes. Piso dos professores de 1ª série 240 pesos (aproximadamente 10 dólares, valor do salário mínimo). Investimento do Estado em Educação 19,4% do PIB

Novos sites interessantes

http://www.unesco.org.br/areas/educacao/efa2006/index_html/mostra_documento

http://blog.educasat.com.br/2007/02/

http://www.adolescencia.org.br

http://revistaescola.abril.com.br

domingo, 18 de maio de 2008

Seja consciente


Desnutrição severa


Vítima do Capitalismo


Desigualdades sociais








Didática, Professor! Didática!
José Luiz de Paiva Bello Vitória, 1993.

No processo ensino-aprendizagem, em qualquer contexto em que se esteja inserido, é necessário que se conheça as categorias que integram este processo como elementos fundamentais para um melhor aproveitamento da aprendizagem. A pedagogia, enquanto ciência específica da educação, vem, cada vez mais, perdendo sua dimensão de ciência e sua importância nos procedimentos de sala de aula. Hoje, qualquer corrente da ciência propõe-se a emitir opiniões sobre questões específicas da prática pedagógica. No processo de facilitação da aquisição do conhecimento é básico o manejo adequado da forma e/ou dos procedimentos utilizados na transformação do saber. É necessário ter clareza sobre o contexto teórico do qual partimos, já que, no mundo moderno, os educadores, de uma forma geral, vêm brincando com o processo ensino-aprendizagem, usando técnicas de forma errada ou mal compreendidas. Assim, um professor de matemática, que teve toda sua formação voltada para a ciência matemática, coloca-se na posição de profundo conhecedor de técnicas de transmissão de conhecimentos, sem se preocupar com a verdadeira função de fazer com que os alunos aprendam. Citamos a matemática como exemplo, mas outros campos da ciência poderiam servir como modelo. Pode ser que quem esteja lendo este texto há de dizer: " - Mas o professor de matemática, assim como os professores de todas as matérias, devem ter tido a matéria de Didática no seu curso de licenciatura." É verdade. Só que acreditamos que o curso ministrado a eles, é exercido por um professor de Didática que, ele mesmo, não se preocupa com ela na sala de aula, no momento de transmissão de conhecimentos. Para sustentar tal afirmação convocamos os alunos e ex-alunos da matéria de Didática para testemunharem sobre a qualidade da maioria destas aulas. E a realidade nos mostra que, para piorar a situação, normalmente são os piores professores. São aqueles que estão começando a lecionar. Como se a Didática fosse uma matéria menor. Ou seja, uma matéria para principiantes da profissão de professor na área de Educação. Historicamente o professor, como detentor de um inegável poder, aprendeu a responsabilizar seus alunos pelo fracasso do processo de ensino/aprendizagem. Nesta condição, quando o aluno não aprende, a culpa é sempre do aluno, nunca do professor que é sábio e autoridade na matéria lecionada. Nós, educadores de uma forma geral, aceitamos a idéia de que a responsabilidade da aprendizagem da turma nunca é do professor. Se um grupo de alunos não obtém rendimento satisfatório é porque são relapsos e não estudaram o suficiente para serem aprovados. Existem casos em que a metade da turma é reprovada e isso é encarado com toda a naturalidade pela comunidade escolar. Quando muito, dizem que o professor que reprova muitos alunos é "durão". Alguns professores sentem-se, inclusive, orgulhosos desta condição. Neste sentido, não é mais o professor que detém a responsabilidade profissional de fazer com que o aluno, objeto de seu trabalho, aprenda. Ao contrário, é o aluno que passa a ter a responsabilidade de aprender. Resumindo: se o aluno aprende, isto se deve, de fato, a competência do professor; se o aluno não aprende, o professor continua atestando sua competência, porque ele ensinou mas os alunos não aprenderam. Isto perspassa pela consciência dos professores, de uma maneira geral. O espírito de corpo do professorado não permite sequer pensar de maneira diferente. Não conseguimos perceber nem mesmo que esta é nossa fundamental tarefa profissional. Ou seja, fazer com que os alunos aprendam. O trabalho do educador consiste em transmitir conhecimentos de maneira eficaz, assim como o médico tem por tarefa resolver o problema de saúde de seu cliente. A profissão de educador, neste sentido, perde totalmente sua seriedade e responsabilidade profissional. O professor não se apercebe da responsabilidade pelo resultado de seu trabalho, enquanto em outras profissões ela é absoluta e não se pode pensar de maneira diferente. No caso da medicina, o médico não pode sequer admitir o erro de diagnóstico. O de tratamento, então, nem pensar. Na engenharia a dimensão da responsabilidade é a mesma. Já imaginaram um engenheiro projetar sem pensar nos resultados de seu trabalho? Lembrem do resultado de uma ação irresponsável de um engenheiro no caso dos edifícios Palace I e II, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. E assim é para o arquiteto, para o advogado, para o químico, para o farmacêutico, para o dentista, para o pintor de paredes, para o motorista do ônibus, para a empregada doméstica, para o datilógrafo, para o ..., mas não é para o professor. Para este, o sentimento predominante é uma espécie de aprendeu, aprendeu; não aprendeu... azar. A educação talvez seja a única atividade profissional em que o trabalhador pode não se preocupar com a responsabilidade pelo resultado de seu trabalho. No caso da educação, isto é um problema a mais para o usuário (aluno!). Ou seja, os usuários (alunos) de uma técnica específica, exercida por profissionais (professores) que deveriam ter se preparado para executá-la, são exatamente os responsabilizados pelo fracasso dela. Enfatizamos apenas que, mesmo que isto não seja percebido pela maioria dos professores, a responsabilidade pedagógica é intrínseca a dinâmica da profissão. Voltando ao exemplo da medicina, é como se o paciente, que morresse por um erro do médico, fosse o culpado pela sua própria morte; não colaborou com a técnica empregada pelo médico e, por pura pirraça, morreu. Na educação a "morte" se dá pela má formação recebida e a utilização equivocada das técnicas aprendidas. E no caso da educação a culpa da "morte" é sempre do paciente (aliás, esse termo paciente também deveria ser usado para os alunos, porque, na maioria das vezes ... haja paciência!). Existe na profissão de educador uma espécie de preguiça profissional, em que não há interesse de se efetivar um esforço para se superar as reais dificuldades enfrentadas no processo educativo. Assim, as desculpas são inúmeras: a principal é de que os alunos não se interessam em aprender, por mais que os professores tentem; depois vem a questão salarial; a terrível filosofia do ganha pouco, produz pouco; a falta de investimento em materiais didáticos pela instituição costuma servir de desculpa também; tem ainda a justificativa da quantidade exagerada de alunos; a falta de dinheiro para comprar livros e fazer cursos de aperfeiçoamento; diretor autoritário que impõe regras inexeqüíveis; colegas que prepararam mal seus alunos nas turmas anteriores; etc.; etc. e etc.. É preciso que se estipulem pesquisas que tentem analisar o desempenho dos professores em sala de aula. Ou seja, esclarecer a eficácia do exercício profissional de uma determinada categoria. Trata-se de saber se o trabalho exercido pelos professores vem atingindo seu objetivo de provocar mudança no saber do aluno e se esse saber é utilizado na vida prática de cada um. Li, não me lembro onde, uma fábula que dizia, mais ou menos, isso:
"Era uma vez uma tribo pré-histórica que se alimentava de carne de tigres de dentes de sabre. A educação nesta tribo baseava-se em ensinar a caçar tigres de dentes de sabre, porque disto dependia a sobrevivência de todos. Os mais velhos eram os responsáveis pela tarefa educativa. Passado algum tempo os tigres de dentes de sabre extinguiram-se. Criou-se um impasse: o apego à tradição dos mais velhos exigia que se continuasse a ensinar a caçar tigres de dentes de sabre; os mais jovens clamavam por uma reforma no ensino. O impasse perdurou por muito tempo. Mais precisamente até um dia que, por falta de alimento, a tribo extinguiu-se também."
Esta fábula vem bem a calhar com o nosso processo de educação.
José Luiz de Paiva Bello
Referência bibliográfica:
BELLO, José Luiz de Paiva. Didática, Professor! Didática!. Pedagogia em Foco, Vitória, 1993. Disponível em: . Acesso em:18/05/2008 – 20:44.
Os alunos são inimigos dos professores
José Luiz de Paiva Bello Rio de Janeiro, 2001.

Trabalhava numa instituição de ensino superior, na zona oeste do município do Rio de Janeiro, quando fui convocado para uma reunião de professores, pela coordenadora pedagógica. O local da reunião foi o auditório, onde cabiam um número maior de pessoas. A reunião começou com uma cobrança explícita aos professores que chegavam atrasados para o início das aulas. Maravilha! Professor tem que ser pontual. A solução dada ao problema, na minha opinião, é que foi totalmente idiota: foi determinado que na hora marcada para o início das aulas o livro de ponto, que ficava normalmente na Secretaria, local de passagem de todos os professores e alunos, seria levado para a sala da zelosa coordenadora, que ficava num segundo andar de outro prédio, para que ela soubesse quem estava se atrasando. Mas que idéia infeliz! Se o professor já estava chegando atrasado para iniciar sua aula, seja por que motivo for, iria se atrasar muito mais, em prejuízo dos alunos. E não foi dada a opção aos professores de assinar o ponto após a aula dada, já que, neste caso, seu ponto seria cortado e ele receberia falta neste dia, mesmo tendo dado a sua aula. Apesar da idéia infeliz e, de certa forma, mais policial do que pedagógica, alguma coisa deveria ser feita para cobrar os atrasos e evitar que tal fato virasse rotina. Sendo a faculdade particular com os alunos pagando mensalidades, mais do que justo que os professores fossem cobrados para serem pontuais. A reunião teve prosseguimento com a coordenadora dizendo que a partir do mês seguinte iria cobrar dos professores o plano de aula até o fim do semestre. Outra estupidez! Provavelmente ela estava (a coordenadora pedagógica!!!) confundindo plano de aula com planejamento do curso. Cobrar plano de aula para todo o semestre é não saber que o plano de aula é flexível, podendo ser mudado para a aula seguinte a partir do ritmo empreendido pela turma, naquele dia específico de aula. Sendo assim, o plano de aula seguinte deve atualizar o conteúdo não trabalhado na aula anterior. O objetivo, segundo a coordenadora, era o de apresentar aos alunos, no primeiro dia de aula, o conteúdo de todas as aulas do semestre, para o caso deles faltarem um dia saberem o que cada um perdeu. Esta segunda idéia infeliz não chegou a ser concretizada, já que a coordenadora, para felicidade geral da instituição, acabou por ser demitida por desentendimento com os proprietários da Faculdade. Mas o mais alarmante aconteceu logo depois, quando a coordenadora, falando sem parar com ares professoral, tentando se passar como amiga dos professores, falava que os alunos costumavam ir ao seu gabinete para fazer queixa de alguns professores. Dizia ela que, enquanto os alunos em sala tratavam os professores com toda fidalguia, na sala dela eram verdadeiros Brutus assassinando Júlio César. E fechou seu discurso, ainda como se fosse um portento pedagógico, com a grande "pérola" da noite: "Cuidado professores! Os alunos são nossos inimigos!". Não estivesse eu sentado numa poltrona com braços dos dois lados, eu teria caído no chão. Como assim? Nossos Inimigos? Mas a instituição não vive em função dos alunos? Inimigos estão contra mim; inimigos eu não quero perto de mim; para inimigos eu não trabalho. Essa visão preconceituosa sobre os alunos é mais comum do que podemos imaginar. Certa vez, um colega professor, demitido da instituição em que trabalhava, tentando justificar a razão de sua demissão, saiu-se com outra "pérola" pedagógica: "Eu não vou dar bananas a macacos!". Tentava justificar que ele ensinava e eram os alunos que não queriam aprender. No meu entender se eu trabalho no Jardim Zoológico tenho que dar bananas a macacos, sim; se trabalho numa instituição de ensino tenho que me desdobrar para que meus alunos aprendam. Todo planejamento e administração de uma instituição de ensino deve estar voltado exatamente para isso: a aprendizagem dos alunos. E a medida desse processo é exatamente o estudante. Supõe-se que uma instituição de ensino qualquer mantenha em seus quadros uma equipe competente visando contribuir para o desenvolvimento do saber dos alunos. Em se tratando de uma instituição particular de ensino essa relação é mais marcante do que nas instituições públicas. Mesmo considerando que a responsabilidade seja a mesma, nas particulares os alunos estão pagando para levar o saber. Ora, um professor não ministra uma disciplina para nada. Em última instância o dever do professor é permitir, facilitar, repassar, orientar, saber para os alunos, seja qual for sua postura ideológica diante da educação. O planejamento de uma disciplina não deve ser dirigida aos alunos; isso é muito pouco. O planejamento de uma disciplina tem que estar dirigida aos alunos, dita de forma autoritária, segura e definitiva. Oferecer uma aula de física quântica para alunos de pedagogia é tão inútil quanto oferecer uma aula de dificuldades de aprendizagem para alunos de Física. A orientação deste planejamento estará sempre ligada aos alunos. Neste sentido, a coordenadora pedagógica da instituição em que trabalhei está completamente enganada: os alunos são os melhores amigos dos professores ou dos planejadores da educação. É a partir deles, e não para eles, que deve estar a base de todo planejamento pedagógico. O contrário disso é arrogância profissional, insuflamento do próprio ego, pedantismo pedagógico e o exercício de uma pedagogia autoritária e sem sentido. É preciso entender que só existe educação por que existe aluno. Não é porque existem professores e planejadores educacionais que existe educação. Os professores existem em função dos alunos e para exercer suas competências a favor deles. Em última instância os professores estão a serviço de seus alunos, como o médico para o paciente, ou o advogado para seus clientes. Os alunos são os termômetros dos professores. É a partir do diálogo constante, democrático e objetivo, entre planejadores, professores e alunos, que se faz educação. Se quisermos falar de democracia no ensino temos que pensar na democratização das salas de aula. Democratizar a Educação não é somente dar a todos o direito de estudar, mas também o direito de estudar numa escola democrática. E a qualidade da educação está intimamente ligada às observações, às criticas emanadas por nossos amigos alunos. Ver os alunos como nossos inimigos é estarmos, concomitantemente, assinando o atestado de incompetência. Quanto mais os ouvimos, seja lá o que for que eles tenham para nos dizer, mais chegaremos perto de atingir os interesses daqueles que estão garantindo a nossa sobrevivência, quando vêm em busca de saber.
Referência bibliográfica: BELLO, José Luiz de Paiva. Os alunos são inimigos dos professores. Pedagogia em Foco, Rio de Janeiro, 2001. Disponível em: . Acesso em: 18/05/2008 – 19:42.
Professor
Carlos Drummond de Andrade

O professor disserta
Sobre ponto difícil do programa.
Um aluno dorme,
Cansado das canseiras desta vida
O professor vai sacudi-lo?
Vai repreendê-lo?
Não.
O professor baixa a voz
Com medo de acordá-lo.
O professor de nossos filhos
Claudio de Moura Castro(*)
Computadores? Televisão? CD-ROM? Internet? Tudo isso pode ser útil (ou inútil, conforme o uso). Mas a essência do aprendizado tem a ver com o professor, aquele que administra, estimula, enriquece e dá vida a uma série de processos que levam o aluno a aprender. Bernardo Toro me ajuda a responder: que professor gostaria de ter para meus filhos? O processo escolar requer que se desenvolvam simultaneamente dois traços contraditórios: disciplina. pessoal e curiosidade. Parte do que se aprende na escola é disciplina e curiosidade. Parte do que se aprende na escola é disciplina de trabalho, isto é, o hábito de fazer o que precisa ser feito - apesar de faltar vontade, sobrar desconforto e haver a atração de coisas mais interessantes. Mas, ao forçar esses hábitos pessoais, a escola pode matar a curiosidade espontânea do aluno, seu instinto de explorar o mundo que o cerca, de fazer perguntas só porque não sabe a resposta. Se isso acontecer. perde-se algo valiosíssimo. Mas curiosidade sem disciplina não leva a parte alguma. Ao professor, a mágica de orientar o aluno nas duas direções: disciplina pessoal e curiosidade. Como se dá essa mágica? O bom professor:
o Tem um conceito positivo de si mesmo e de seu trabalho. Ele faz o que gosta, gosta do que faz e se sente realizado porque é professor. o Busca as possibilidades de fazer boas coisas diante da adversidade, em vez de procurar as excelentes razões para se desculpar por não havê-las feito. Não se contamina pelo pessimismo dos outros. Em vez disso, ele cria uma ilha de otimismo em torno de si. o Sabe mostrar ao aluno a beleza e o poder das idéias. Isso foi dito por Alfred North Whitehead e não dá para dizer melhor. o Tem sempre expectativas positivas acerca de seus alunos. Já foi demonstrado que os alunos fracassam quando o professor acha que vão fracassar. Portanto, não os culpe pelo fracasso, pois só atrapalha. o Nunca ridiculariza seus alunos. Aliviar o mau humor, mas à custa de maltratar a auto-estima do aluno, é péssima idéia. o Consegue que seus alunos participem ativamente da aula. Educação não se despeja goela abaixo. Aprender é um processo ativo, em que o aluno trabalha (intelectualmente) tanto quanto o professor. o Dialoga com os colegas e pede conselhos quando tem problemas com os alunos. Ser professor é aprender constantemente, com os alunos e com os colegas que já viveram situações semelhantes. o Entende que a indisciplina começa quando o aluno para de aprender. "Cabeça vazia, oficina do diabo". o Não vê os pais como adversários temíveis, mas como aliados e parceiros. o 0 bom professor consegue que todos aprendam o que têm de aprender, que cada um aprenda quando está pronto para tal e que sejam felizes no aprender.
Mas, se os objetivos são esses a maneira de atingi-los varia tanto quanto a personalidade humana é variada. Só temo o professor "bonzinho", que tudo deixa, tudo entende e tudo perdoa. Perfil impossível? O desafio é aproximar-se dele. Imperfeitos somos todos (quando penso nas minhas fúrias diante de alunos malandros ou burros, modero minhas expectativas para com os outros mestres).

(*) Claudio de Moura Castro é economista (claudiomc@earthlink.net)
Publicado em: CASTRO, Claudio de Moura. O professor de nossos filhos. Veja, São Paulo: Abril, Ponto de Vista, p. 21, 14 jul. 1999.
Sites sobre Paulo Freire:
Instituto Paulo Freire - Dados sobre a obra e a filosofia de Paulo Freire. Grandes Mestres da Educação - Vera Zacharias, São Paulo
Como escolher um software educacional
PREMISSAS- Domínio competente das ferramentas - Nada é mais admirável do que a inteligência que produz as maravilhas tecnológicas - A discussão de valores é fundamental - A crítica constante à mídia é uma necessidade - A meta é elaborar conhecimento pessoal - Aprender pode ser uma atividade exigente - O circo diverte, não pretende ensinar - Diversões pedagógicas costumam ser chatas - Virtudes intrínsecas do computador não melhoram inteligência e aprendizagem - Transformar informação é mais importante que consumir informação - O erro é uma característica humana, base da aprendizagem - A lógica das máquinas não é inteligência - A pergunta essencial não é: "Como usar computadores na educação?" - A pergunta essencial é: "O que é educação?"

OBJETIVOS, MÉTODOS/TÉCNICAS E RECURSOS DE APRENDIZAGEM NO PROCESSO DIDÁTICO - O processo didático parte da realidade percebida em sua relação com as expectativas = OBJETIVOS - A escolha de procedimentos e recursos deve ser decorrente da análise dos objetivos e do público que deve aprender - Aprendizagem é o foco central - Recursos que apenas dão suporte ao ensino são meras "muletas" para a ação do professor

SOFTWARE EDUCACIONAL COMO APOIO À APRENDIZAGEM: DESAFIO AO PENSAMENTO DO APRENDIZ - O software agrega valor à capacidade de aprender e de perguntar? - Possibilita simulações e interações? - Contribui para a análise e teste de hipóteses? - Apresenta indicadores para auto-avaliação? - Proporciona atividade independente?

SOFTWARE INFORMATIVO E SOFTWARE EXPLORATÓRIO - As semelhanças mais freqüentes são com um livro ou com um laboratório virtual? - O software informativo permite recuperação de informações e sua análise - O software exploratório pode permitir pesquisas mais elaboradas para aprendizagem - O software exploratório depende mais da competência docente na mediação

CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DE SOFTWARE EDUCACIONAL - Conhecer características e funcionamento - Saber quais resultados podem ser esperados - Adequação a objetivos e público - Comparação com outras opções - Análise da relação custo x benefício - Análise dos impactos na motivação e da capacidade de gerar perguntas pelos alunos.

Refêrencia bibliográfica:
FÓSCOLO, Ivan Bastos. Como escolher um software educacional. 2000. Pedagogia em Foco. Disponível em: . Acesso em: 18/05/2008
Computador e Educacão? Uma ótima combinação
Marise Schmidt Veiga Petrópolis - 2001

Introdução A escola ao introduzir o computador como um meio de aprendizagem não deve deixar que este se torne um artigo de luxo, criando assim adultos egoístas e anti-sociais. Ela deve buscar neste, um meio de desenvolver cidadãos mais críticos, sociais e independentes, repensando assim o seu papel frente a novas tecnologias. Entender o binômio "Computador e Educação", é ter em vista o fato de que o computador se tornou um instrumento, um ferramenta para aprendizagem, desenvolvendo habilidades intelectuais e cognitivas, levando o indivíduo ao desabrochar das suas potencialidades, de sua criatividade, de sua inventividade. O produto final desse processo é a formação de indivíduos autônomos, que aprendem por si mesmo, porque aprenderam a aprender, através da busca, da investigação, da descoberta e da invenção. Por isso a informática na escola é fundamental, tanto para alunos quanto para professores. Essa nova tecnologia tornou-se um importante meio de estudo e pesquisa. Os alunos do ensino fundamental e do ensino médio, ao utilizarem o computador entram em um ambiente multidisciplinar e interdisciplinar, ou seja, ao invés de apenas receberem informações, os alunos também constroem conhecimentos, formando assim um processo onde o professor educa o aluno e ao educar é, transformado através do diálogo com os alunos. Cada geração inventa, cria, inova e a educação tem seu processo também de criação, invenção e inovação, principalmente no campo do conhecimento. E preciso evoluir para se progredir, e aplicação da informática desenvolve os assuntos com metodologia alternativa, o que muitas vezes auxilia o processo de aprendizagem. O papel então dos professores não é apenas o de transmitir informações, é o de faci1itador, mediador da construção do conhecimento. Então, o computador passa a ser o "aliado" do professor na aprendizagem, propiciando transformações no ambiente de aprender e questionando as formas de ensinar. A informática então, a serviço de um projeto educacional, propicia condições aos alunos de trabalharem a partir de temas, projetos ou atividades extracurriculares. O computador é apenas e tão somente um meio onde desenvolvemos inteligência, flexibilidade, criatividade e inteligências mais críticas. Se a educação se esgotar no processo de transmissão dos conhecimentos e dos valores criados por gerações passadas sem a elaboração de conhecimentos novos, sem questionamento de valores, sem inventividade e inovação, não teremos evolução cultural, social, tecnológica e educacional. Deixará de haver progresso e estaremos estagnando ou retrocedendo. Portanto, a informática quando adotada nas escolas deve se integrar ao ambiente e à realidade dos alunos, não só como ferramenta, mas como recurso interdisciplinar, constituindo-se também em alguma coisa a mais com que o professor possa contar para bem realizar o seu trabalho, desenvolvendo com os alunos atividades, projetos e questionamento. Como toda tecnologia, a introdução dos computadores na educação apresenta aspectos positivos e negativos. Para que uma instituição escolar introduza a informática, é preciso ter em primeiro lugar um plano pedagógico, onde serão discutidos os objetivos de sua utilização como ferramenta educativa e a escolha do software educativo que possa ser usado para ajudar a atingir mais fácil e eficientemente os objetivos educacionais, não deixando portanto, que o computador se torne um brinquedo. A escola precisa de professores capacitados e disponibilizados a encarar esse novo ícone que é a informática educativa sem medo de que algum dia seja substituído por computadores. É preciso então que haja uma integração entre o meio escolar e o corpo docente, desenvolvendo assim a sociabilidade dos alunos e a familiaridade dos professores com o mundo da tecnologia. Porém, a introdução de computadores nas escolas é, nem virá a ser, uma solução para os problemas que afligem a educação. O computador não é um "bicho de sete-cabeças" e não salvará o ensino. Ele pode educar, mas também deseducar dependendo da maneira como será utilizado. Ele não substitui a inteligência e a criatividade que são inerentes ao ser humanos, apenas às desenvolve.
Aprendendo com projetos Nas escolas nos deparamos na maioria das vezes com atividades que exigem muita criatividade e para isso é preciso ter coragem de enfrentar novos desafios e, principalmente, não ter medo de errar. Ser criativo depende, antes de tudo, de autoconfiança e confiança no outro. Isso tem sido feito por meio de projetos. Tal como Fagundes (1998) nos aponta, aprender por projetos é uma forma inovadora de romper com as tradições educacionais, dando um formato mais ágil e participativo ao trabalho de professores e educadores. Trata-se mais do que uma estratégia fundamental de aprendizagem, sendo um modo de ver o ser humano construir, aprendendo pela experimentação ativa do mundo. Ao elaborar seus projetos, o professor conduzirá seus alunos a um conjunto de interrogações, quer sobre si mesmos, quer sobre o mundo à sua volta, levando o aluno a interagir com o desconhecido ou com novas situações, buscando soluções para os problemas. Não podemos confundir aprender por projetos com ensino por projetos. (Fagundes, 1998). Aprender por projetos é levar o aluno a construir seus conhecimentos, despertar sua curiosidade, seu desejo, sua vontade de cada vez mais aprender. O ensino por projetos éapenas transmitir conhecimento ao aluno e este não tem a chance de questionar, de formular problemas, se tornando um depositário de informações. O aluno só aprende por projetos, tornando-se um "grande pesquisador", quando indaga, investiga e levanta hipóteses para solução de seus problemas. No trabalho que realizamos com as crianças do ensino fundamental, cada turma desenvolve o seu projeto, buscando conhecimentos, descobrindo novas formas de transmiti-los e preparando o exercício da cidadania. Este trabalho não é realizado somente no ambiente computacional, e sim também fora dele. As crianças constróem maquetes, trazem pesquisas, fotos, CDs, realizam experiências, dentre outras coisas, vivendo num mundo de descobertas e imaginações. Um dos projetos realizados onde se pode observar a criatividade e o fluir da imaginação, foi o da 4ª série que tinha como tema "A Máquina do Tempo", no qual as crianças fazem uma viagem pelo tempo desde o passado até o futuro. Neste projeto podemos observar a construção de imagens e conhecimentos, por parte do aluno. Em primeiro lugar, cada criança construiu um esboço da máquina do tempo no Paint, relatando em seguida no Word a sua utilização. Em segundo lugar, utilizando sucatas, construíram em grupo a máquina do tempo, no qual fariam suas viagens pelo, através da imaginação. Construída a máquina, os alunos partiram para a sua primeira viagem que foi para o mundo dos dinossauros. As crianças contribuíram com pesquisas e materiais para construção da maquete. Primeiramente, dialogamos com os alunos para verificar suas hipóteses sobre como seria o mundo dos dinossauros, desenvolvendo assim a sua imaginação. E em seguida os alunos desenharam no Paint o que haviam imaginado. Finalizando o trabalho, os alunos construíram uma maquete para melhor representar dinossauros. Durante as aulas observamos a expansão da criatividade e da imaginação das crianças. Isso se manifestou através do interesse, da participação, da cooperação e da motivação dos alunos na realização das atividades propostas, como podemos notar pelos desenhos e pela maquete.
Uma ótima combinação Podemos concluir que com o uso do computador, mesmo as tarefas mais simples, como desenhar na tela, escrever um texto, etc..., são suficientemente ricas e complexas, permitindo o desenvolvimento de uma série de habilidades que ajudam na solução de problemas, levando o aluno a aprender através de seus erros. Isto contribuirá para o desenvolvimento de sua autoconfiança, ou seja, dar a capacidade da criança viver em uma sociedade cada vez mais permeada pela tecnologia, crescendo com o sentido que são elas que devem controlar as máquinas e não o inverso. Os projetos dão a possibilidade de ruptura por se colocarem como espaço corajoso, onde é possível relacionar uma matéria com a outra, facilitando a atividade, a ação, a participação do aluno no seu processo de produzir fatos sociais, de trocar infonnaç5es, enfim, de construção de conhecimento. O propósito de se trabalhar com projetos é romper com as limitações, muito delas auto-impostas, do cotidiano, convidando os alunos à reflexão sobre questões importantes da vida real, da sociedade em que vivem, propiciando a solidariedade, criação e cooperação. Isto foi observado nos trabalhos realizados pela turma da 4ª série, no qual os alunos foram desafiados a viajar pelo tempo através da imaginação e da criatividade, buscando assim soluções para seus problemas. Isso implica também a participação dos professores. Este deixará de entregar as informações e passará a ser o facilitador, o mediador dos alunos no processo de construção e resolução de problemas, incentivando a reflexão e a crítica, permitindo que estes identifiquem os próprios problemas.


Referência bibliográfica
VEIGA, Marise Schmidt. Computador e Educação? Uma ótima combinação. Petrópolis, 2001. Pedagogia em Foco. Disponível em: . Acesso em: 18/05/2008 – 19:21.
O discurso final do filme"O Grande Ditador"
"Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo - não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades. O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens, levantou no mundo as muralhas do ódio e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido. A aviação e o rádio nos aproximou. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem, um apelo à fraternidade universal, a união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora. Milhões de desesperados: homens, mulheres, criancinhas, vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que podem me ouvir eu digo: não desespereis! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia, da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá. Soldados! Não vos entregueis a esses brutais, que vos desprezam, que vos escravizam, que arregimentam vossas vidas, que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos. Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão. Não sois máquina. Homens é que sois. E com o amor da humanidade em vossas almas. Não odieis. Só odeiam os que não se fazem amar, os que não se fazem amar e os inumanos. Soldados! Não batalheis pela escravidão. Lutai pela liberdade. No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o reino de Deus está dentro do homem - não de um só homem ou grupo de homens, mas de todos os homens. Está em vós. Vós, o povo, tendes o poder - o poder de criar máquinas; o poder de criar felicidade. Vós o povo tendes o poder de tornar esta vida livre e bela, de fazê-la uma aventura maravilhosa. Portanto - em nome da democracia - usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo, um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice. É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam. Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão. Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e a prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos. Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontrares, levanta os olhos. Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam. Estamos saindo da treva para a luz. Vamos entrando num mundo novo - um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os olhos, Hannah. A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah. Ergue os olhos."

Sites sobre educação

http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/

http://www.educacao.sp.gov.br/

http://portal.mec.gov.br/

http://www.tvcultura.com.br/

http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/

http://www.centrorefeducacional.pro.br/

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Site sobre a cidade de Santos

"Viva Santos"
Esse site é muito interessante, contém muitas informações sobre a cidade...
Para quem quer fazer pesquisas, conhecer a história da cidade e prestar concursos, esse site é muito legal.

www.vivasantos.com.br

Meus endereços de email

Meu orkut

VANESSA TAVARES
Quando for fazer pesquisa para me achar, coloque São Vicente(minha cidade)

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Anedota sobre alunos

TIPOS DE ALUNOS

Tem o aluno religioso:
sempre que ele vem ,você

diz -"pelo amor de deus!"

Tem o aluno matemático:
ele sempre te faz contar até
dez pra não perder a paciência...

Tem o aluno relojoeiro:
ele sempre está desmontando
alguma coisa ...

Tem o aluno atleta:
sempre está correndo e
pulando os obstáculos...

Tem o aluno lixeiro:
ele não sai do lixo, apontando os lápis ...

Tem o aluno detetive
aquele que fuça em
tudo que não é dele ...

Tem o aluno músico:
ele sempre está batucando na mesa ...

Tem o aluno hipocondríaco:
ele sempre inventa alguma
doença pra faltar ...

Tem o aluno leiteiro:
ele só aparece quando chega o leite...

Tem o aluno " homem invisível":
ele sempre está no meio
da bagunça, mas nunca ninguém viu ...

Tem o aluno "tropa de elite" :
te faz pensar em desistir todos os dias ....

Tem o aluno "gerente":
cuida da vida de todo mundo ...

Tem o aluno "anticristo":
ele inferniza todos os seus dias ...

Tem o aluno psicólogo:
sempre vem te falar o que
os outros estão sentindo ...

Tem o aluno sombra:
não desgruda nunca de você ...

Tem o aluno astronauta:
está sempre no mundo da lua ...

Tem o aluno catavento:
roda, roda, mas não
chega a lugar algum ...

Tem a aluna noiva:
chega sempre atrasada ...

Cursos On Line gratuítos

No endereço a seguir sempre abre vaga para cursos, abra-o toda noite a partir das 23 horas, e clique em cursos> cursos com inscrições abertas> e escolha seu curso.

www.egov.santos.sp.gov.br/ead

ou abrir o DO de Santos todos os dias no mesmo horário e visualizar os "CURTAS", sempre aparecem cursos, palestras, filmes, peças, etc.

Beijos.

Professor Atual

Olá meninas, agora podemos estar atualizados via internet, sobre vários assuntos, relacionados à educação em geral.
Aqui vocês encontrarão textos, músicas, fotos, publicações e novidades sobre o que acontece na educação do país e do mundo